quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Desenvolvimento da Linguagem

A linguagem é uma características comum a todos os seres humanos, a todos os povos, e que afecta todas as áreas da nossa vida. Por ser tão natural, nem nos apercebemos de como dependemos dela. No entanto, a forma como lidamos com a linguagem, principalmente em relação às crianças, afecta a maneira como ela se vai desenvolver.

O desenvolvimento da linguagem começa ainda antes do bebé nascer. Quando nasce, ele já consegue reconhecer a voz da mãe e reage aos sons que mais ouviu durante a gravidez. Depois de nascer, todo o seu sistema linguístico se desenvolve a partir daquilo que ouve. Todos nós nos lembramos, certamente, dos “meninos selvagens”, crianças que foram abandonadas e conseguiram sobreviver no meio de florestas, junto com os animais. Quando eram encontrados, um dos aspectos que se podia observar era a ausência de linguagem. Aqueles que nunca tinham estado em contacto com nenhum ser humano, simplesmente grunhiam como os animais. Eles não tinham menos capacidade linguística do que nós. O que recebemos ao nascer, não é um sistema linguístico, mas a capacidade de desenvolver e utilizar o sistema linguístico em que nos encontramos.

Tudo isto para nos ajudar a perceber a importância que nós, como familiares ou educadores, temos no desenvolvimento da linguagem das nossas crianças.


Qual é o papel dos pais?

No início da vida de uma criança, os adultos que estão com ela, têm dois papéis fundamentais: estimular a compreensão da linguagem e estimular o seu uso. A compreensão da linguagem pode e deve ser muito desenvolvida antes que a criança tenha capacidade para dizer qualquer palavra.


Para desenvolver a sua compreensão, basta falar com ela, desde o seu primeiro dia de vida; aproveitar todas as situações em que está a cuidar dela para lhe ir “dando vocabulário”. Deve usar frases curtas e vocabulário simples mas correcto. Uma das piores coisas que podemos fazer neste aspecto é usar a linguagem do popó, piu-piu, ó-ó e tantas outras “palavras” que só servem para atrasar o desenvolvimento linguístico da criança. Uma criança precisa de ouvir as palavras muitas, muitas vezes antes de as conseguir usar. Por isso é fundamental dizer-lhe os nomes das coisas: das partes do corpo, peças de vestuário, alimentos, animais, brinquedos ou qualquer outra coisa que faça parte do seu pequeno mundo. À medida que os meses passam, podemos acompanhar o desenvolvimento do seu vocabulário, procurando perceber que palavras ela já reconhece. Por exemplo perguntar: “Onde está o pai?” Quando ela já percebe o que dizemos, olha para ele.

Quando a criança começa a andar, podemos pedir-lhe pequenos favores só com um item de informação. Ex: “Vai buscar a bola.” Quando isto já for fácil, podemos pedir coisas com dois itens de informação “Vai buscar o casaco azul.” Antes disto, obviamente, é preciso dar-lhe essas noções: cores, opostos (grande / pequeno; fofinho / arranha, ou pica; quente / frio), emoções (triste, contente, etc.). Para uma criança pequena tudo isto é bastante complexo e por vezes, quando lhe pedimos um favor, precisamos de esperar que ela “processe”; ela pode ficar uns momentos parada, a olhar para nós e de repente vira-nos as costas e vai fazer o que pedimos.


O uso da linguagem começa mais tarde do que a sua compreensão mas devemos estimular desde cedo algum tipo de diferenciação de sons. Ou seja, mesmo na fase em que para uma palavra ela só diz um som, tentar que ela vá desenvolvendo diferentes sons; que não use o mesmo som para tudo o que quer pedir. Deve-se dar reforço positivo para a ajudar a perceber o que se pretende. Este reforço não é apenas quando ela diz a palavra correcta, mas quando se percebe que ela está a tentar ou a fazer alguma evolução. Por exemplo se, para bola, ela já diz “bo”, nós podemos dizer “Isso! bola”. Por um lado estamos a dizer que ela está no bom caminho e, por outro, estamos a dar-lhe mais uma vez a palavra correcta. É importante dizermos a palavra correcta e não igual ao que ela diz. O objectivo é ensiná-la a falar e não atrasar ou atrapalhar esse processo.

Algo que eu penso que é muito útil ensinar-lhe desde pequenina é a noção de dor e do local da dor. Pode aproveitar, por exemplo, quando ela cai e se magoa no joelho a ensiná-la a dizer “dói” e apontar para o joelho. Assim ela vai aprendendo a, quando algo está a doer, dizer “dói” e apontar para o sítio. Em situações em que eles estejam realmente aflitos, isto pode ajudar a perceber a parte do corpo onde está a aflição. No entanto, quando ela diz que dói, pode não se referir apenas a dor mas a algum tipo de sofrimento físico. Por exemplo uma criança pequena pode dizer “dói” e apontar para o pescoço e logo a seguir vomitar. O que ela estava a comunicar é que aquela zona estava em sofrimento.

As histórias são uma óptima oportunidade para estimular a sua criança a usar a linguagem. Enquanto lhe conta a história pode estimulá-la a contar ela própria alguns aspectos que, no início, podem ser só uma palavra.


Ao ajudar a criança a desenvolver a sua linguagem pode evitar alguns problemas nessa área. No entanto, mesmo com toda a dedicação por parte dos pais, podem surgir dificuldades. Algo que pode acontecer é a chamada “gaguez funcional” que surge por volta dos dois ou três anos. Não é motivo de preocupação e normalmente desaparece por si própria. Algo a que devemos estar muito atentos, é à voz das crianças. É cada vez mais frequente surgirem crianças mesmo muito pequenas com rouquidão e por vezes com formação de nódulos nas cordas vocais. Isto é um problema sério que deve ser tratado na terapia da fala o mais cedo possível.

A dificuldade mais comum nas crianças é a articulação incorrecta de alguns sons da fala. Muitas vezes elas corrigem isso por si próprias. No entanto, o ideal é que entrem no primeiro ano de escolaridade já com todos os sons correctos. Quando por volta dos quatro ou cinco anos a criança ainda não diz todos os sons, deve ser vista por um terapeuta da fala.

A linguagem, no ser humano, é algo muito importante. E quando nos empenhamos em conscientemente ajudar os mais pequenos a desenvolver a sua, a vida deles fica certamente mais fácil.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

A voz: seu uso e seus problemas

A maneira como usamos o nosso aparelho vocal é determinante para a sua saúde. Um bom uso da respiração e a voz devidamente colocada podem evitar muitos aborrecimentos.
Há profissões em que a incidência de disfonia e nódulos nas cordas vocais é maior por exigirem um uso muito mais intenso da voz. É o caso de professores, educadoras, advogados e todos os que diariamente têm de falar para grupos de pessoas ou em ambientes ruidosos.
Actualmente, verifica-se também um grande aumento de disfonias, muitas vezes com nódulos nas cordas vocais, em crianças, mesmo desde o infantário. Isto tem a ver com a alteração, nestes últimos anos, da maneira como usam a voz, principalmente durante os momentos de brincadeira.
Muitas crianças passam o tempo de recreio a gritar – toda a situação de jogo se desenrola no meio de muito barulho. Isto, para além de não ser nada saudável para os ouvidos, é uma agressão tremenda para o aparelho vocal que, no caso das crianças, ainda está em desenvolvimento. Muitas vezes acabam mesmo por formar nódulos.
É, sem dúvida, um enorme investimento na saúde e bem-estar das crianças, os adultos que habitualmente estão com elas (pais, avós, educadores) ensinarem-nas a não gritar, seja enquanto brincam, seja enquanto falam. É possível corrigir a voz de uma criança e eliminar os nódulos, mas é extremamente difícil alterar os seus hábitos vocais. Por isso, quando este processo se prolonga muito sem se fazer uma reeducação vocal, pode acontecer, mesmo depois de eliminados os nódulos através da terapia da fala, eles voltarem, mais tarde, a formar-se.

Cuidar da voz
Os problemas vocais começam a manifestar-se normalmente por curtos períodos de rouquidão, em ocasiões de uso mais intenso da voz, ou de maior stress, por exemplo. É muito importante, nesta fase, a pessoa ser observada por um otorrinolaringologista, para ver o estado em que estão as suas cordas vocais.
Quando há nódulos, normalmente a terapia da fala é suficiente para que eles desapareçam. No entanto, mesmo quando a pessoa ainda não tem nódulos, faz todo o sentido fazer reeducação vocal. A terapia da fala trabalha toda a área de respiração, de uso da voz e de colocação e projecção vocal. Eu falo em reeducação vocal porque não é necessariamente uma terapia, isto é, não é só para quem tem nódulos.
Há pessoas que recorrem à terapia da fala sem terem quaisquer problemas, porque fazem ou vão fazer, por razões profissionais, um uso muito intenso da voz. Ao aprenderem a usá-la de maneira correcta irão eliminar a possibilidade de virem mais tarde a formar nódulos, para além de passarem a falar com maior conforto, cansando-se menos.
A qualidade da voz e a fluência verbal são igualmente trabalhadas, o que faz com que também seja mais fácil e agradável ouvir essa pessoa. Normalmente, quando alguém faz um uso incorrecto da sua voz, isso também se torna difícil e desagradável para os seus ouvintes.
Numa época em que se tem tantos cuidados com o corpo, faz todo o sentido cuidar também um pouco da voz. É muito importante criar o hábito de não agredir o aparelho vocal: não falar mais alto do que o necessário, não produzir sons muito agressivos, evitar falar quando se está a fazer algum esforço físico ou em ambientes muito frios, etc.
Quando uma pessoa, depois de usar a voz fica a sentir “impressão” na garganta, é sinal de que a usou de forma incorrecta e de que, de alguma forma, a maltratou. O acto de pigarrear é não só sinal de que houve mau uso da voz mas também, ele mesmo, uma enorme agressão às cordas vocais. É algo que nunca se deveria fazer.
Os cuidados com a voz passam também pela qualidade do ambiente em que nos encontramos. Espaços com fumo ou qualquer outro tipo de poluição, assim como ambientes ruidosos, são extremamente prejudiciais. Grandes diferenças de temperatura, como a entrada ou saída de lugares muito quentes/frios para o exterior, ou a ingestão de bebidas muito geladas, também agravam a condição do nosso aparelho vocal.
Penso que vale a pena começar a criar hábitos que protejam a nossa voz. É muito importante evitar situações que, se alguma forma, nos provoquem uma situação de desconforto na garganta. Esse desconforto é uma maneira de o nosso corpo nos avisar de que isso nos está a prejudicar e que pode, mesmo, transformar-se num problema.

16 de Abril – Dia Mundial da Voz
Recentemente, as áreas da fala e da comunicação começaram também a ser lembradas através de “Dias Mundiais”; é o caso do Dia Mundial da Voz, que será celebrado este mês.
Esta iniciativa é uma forma de lembrar às pessoas que têm voz. Pode parecer um comentário estranho mas, na verdade, a maioria das pessoas não usa a voz de forma consciente. Limita-se a usá-la, como se ela fosse indestrutível. Durante este dia terão a oportunidade de ouvir ou ler alguns comentários acerca do uso da voz que, espero, comecem a mudar essa forma de pensar e agir.
Mesmo em termos financeiros, os custos com os problemas de voz (baixas, tratamentos, cirurgias) poderão ser bastante reduzidos se se fizer um trabalho a nível da qualidade do uso da voz. Tem a ver não só com prevenção, mas também com o conforto e eficiência do uso de todo o aparelho respiratório e fonatório. Mesmo alguns problemas de cansaço têm a ver não com algum tipo de fraqueza muscular, mas com o mau uso da respiração durante a fala ou outra actividade física.
No aparelho vocal há diferenças de pessoa para pessoa. No entanto, todos podemos aprender a usar o nosso de forma adequada. É uma questão de técnica vocal. Esta técnica não vai “fortalecer” o aparelho vocal de alguém, mas sim ensinar a pessoa a usá-lo de forma eficiente e sem o “arrasar” com qualquer esforço maior.
Se pensarmos nas pessoas que, no palco, usam a voz sem amplificação, podemos ter uma ideia das capacidades que o nosso aparelho vocal tem e que, muitas vezes, não são desenvolvidas, mesmo sendo necessárias como no caso de profissões que usam a voz como instrumento de trabalho.
É importante termos a consciência de que somos responsáveis pela forma como usamos o nosso corpo e pelos resultados, bons ou maus, desse uso. Esta responsabilidade, à primeira vista pode-nos parecer um peso, mas eu penso que, pelo contrário, é uma porta aberta de possibilidades. Muitos dos problemas que nos surgem, tanto a nível de voz como em qualquer outro aspecto, não são um azar, algo que nos “acontece”, mas sim uma situação que nós próprios provocámos, talvez sem disso termos a noção.
Espero que esta reflexão tenha influência não só na sua maneira de pensar, mas principalmente na maneira como usa a sua voz, no cuidado e atenção que lhe dá. Talvez seja mesmo um incentivo para participar num curso de voz no seu trabalho ou health club.
In Medicina & Saúde, Abril 2006

A gaguez no adulto

A gaguez existe há milhares de anos e é cada vez mais um assunto tabu. Por alguma estranha razão, parece bastante embaraçoso falar dela. E falar com alguém que gagueja ainda mais. As pessoas sentem-se pouco à vontade e muitas vezes tentam “ajudar”, terminando aquilo que o gago está a tentar dizer, uma das piores coisas que se pode fazer a quem tem este tipo de problema.
Este assunto tem uma conotação de tal maneira negativa que grande parte das pessoas que me procuram, principalmente quando se trata de adolescentes ou adultos, não se consegue referir ao seu problema como gaguez.
As pessoas tendem a ver a gaguez como algo que as prejudica nas suas relações e no seu trabalho, que muitas vezes torna extremamente difíceis e desagradáveis as situações em que têm que falar, que frequentemente as leva a desistir de determinadas coisas, achando que é um problema que não tem “cura”.
É importante desmistificar este assunto. Não há qualquer razão para que seja tabu e muito menos para que seja um estigma. Quem gagueja não tem de ser uma pessoa marcada ou limitada, nem sequer tem de viver o resto da sua vida com esse problema.
Eu não costumo falar de “tratamento” porque a gaguez não é uma doença, nem é provocada por qualquer deficiência. Não há nada no corpo da pessoa que a obrigue a falar assim. É simplesmente uma coisa que ela faz, embora não saiba porquê, nem o consiga deixar de fazer.
O tipo de terapia usada para a corrigir é bastante variado porque, por um lado, não há uma fórmula que a elimine e, por outro, são várias as especialidades que com ela trabalham (terapeutas da fala, psicólogos e psiquiatras, entre outros).
A minha abordagem baseia-se precisamente no facto de a gaguez não ser uma doença, ou seja, não é de tratamento que a pessoa precisa. Muitas vezes (nem sempre) as pessoas falam de um acontecimento traumático que terá provocado a gaguez. Essa “causa” não me preocupa especialmente porque, mesmo que tenha havido realmente algo que desencadeou a situação, isso é uma ínfima parte, uma pequena pedra no início de todo esse processo.

O medo de falar
A gaguez funciona como uma bola de neve: quando a pessoa percebe que gagueja fica com um certo stress de cada vez que tem de falar; essa tensão vai fazer com que a pessoa gagueje mais, o que vai reforçar o stress e agravar a gaguez… num círculo vicioso que nunca mais acaba.
Em muitos casos esta é a única causa. Algumas crianças têm uma fase, por volta dos dois anos, em que gaguejam naturalmente. Elas não se apercebem disso; é perfeitamente normal e não tem qualquer problema.
Na maioria dos casos, esta situação resolve-se por si mesma passado algum tempo. Mas se a família começa a reparar que a criança gagueja e fica preocupada, esta acaba por sentir que há qualquer problema com a sua maneira de falar, o que não é de todo verdade, e começa a sentir-se menos à vontade para falar.
Muito rapidamente pode começar a tal “bola de neve” e em pouco tempo a criança terá, de facto, uma gaguez que não irá desaparecer sem a intervenção de um especialista.
Pela minha experiência, posso dizer que é possível acabar com uma gaguez seja qual for a idade da pessoa. No adulto, é importante que ele perceba e reconheça que tem esse problema e queira mesmo acabar com ele, dispondo-se a trabalhar para o conseguir.
Eu começo por partir do facto de que a pessoa gagueja muito mais quando está numa situação que lhe é particularmente difícil. Noutra circunstância mais calma, a sua fala pode ser muito mais fluida. Já tenho trabalhado, inclusivamente, com pessoas que só gaguejam de vez em quando, em situações muito específicas, e que nunca chegam a fazê-lo na minha presença. É mais difícil, pois têm que ter uma auto-crítica muito mais precisa e apurada, mas também é possível trabalhar, mesmo com situações que eu não presencio.
O objectivo não é que a pessoa consiga não gaguejar ao pé do terapeuta, mas ajudá-lo a não o fazer em qualquer situação. O trabalho só acaba quando ela consegue fazer toda a sua vida normal sem gaguejar.
O objectivo acaba por ser o de inverter a tal “bola de neve”. O problema da gaguez são as repetições e os bloqueios que a pessoa faz quando fala, tendo portanto um ritmo verbal fracturado, não contínuo. Se conseguir e, principalmente, se souber que consegue falar sem fazer isso, deixa de sentir esse stress de cada vez que se aproxima uma situação difícil; A fluência do seu discurso melhora, o que vai aumentar a sua auto-confiança.
Portanto, o meu trabalho consiste em ensinar como falar sem gaguejar e acompanhar o processo de “maturação” do seu novo ritmo verbal, até que tenha segurança suficiente para que a pessoa sozinha consiga “desactivar” qualquer tentativa de repetição ou bloqueio que surja.
Isto pode parecer uma abordagem um pouco simplista mas, na realidade, é um processo bastante trabalhoso, o de deitar fora aquele velho hábito que durante algum tempo vai tentando permanecer.
Por vezes, as pessoas perguntam ao terapeuta se conseguirá acabar com a sua gaguez, mas no início do tratamento é impossível saber, porque isso depende muito mais da própria pessoa do que do especialista.
Ao longo dos anos em que eu tenho trabalhado com este problema, têm surgido essencialmente dois tipos de pessoas: aquelas que se dispõem a trabalhar e que, num período mais ou menos longo, controlam a sua gaguez, e as que desistem logo no início da terapia, ficando com a gaguez sem grande alteração, como é natural.
Mas, mesmo assim, é um trabalho motivador, devido à rapidez com que se começam a ver os resultados do trabalho que vamos fazer. É possível ver uma grande diferença na fluência verbal logo na primeira sessão de terapia. A pessoa verifica que realmente consegue controlar a gaguez e que a resolução do seu problema é apenas uma questão de tempo e de trabalho.
In Medicina & Saúde, Julho 2002